A Arara azul está em extinção porque ela está sendo perseguida pelos caçadores que vendem as araras azuis e são empalhadas por colecionadores.
A arara azul:
O Brasil é o país mais rico do mundo em psitacídeos, pois abriga 1/5 de todas as espécies de papagaios, periquitos, araras, maritacas, jandaias e outros. A arara azul (Anodorhynchus hyacinthinus) se destaca nesse cenário por ser o maior deles. Mas a espécie está ameaçada de extinção. A destruição do hábitat onde ela se reproduz e a sua captura pelo comércio ilegal são os dois fatores que, combinados, a levaram ao risco de extinção. Hoje cerca de 5 mil araras-azuis ainda são encontradas no Pantanal.
HÁBITAT:
No verde que caracteriza a paisagem pantaneira, a arara azul se distingue por voar em pares ou em grupo. No final da tarde elas se reúnem em locais chamados "dormitórios", que funcionam como "centros de troca de informação". Para quem assiste esses momentos de agrupamento da espécie, fica evidente o alto grau de socialização que possuem: os casais, por exemplo, extremamente fiéis, dividem as tarefas de cuidar dos filhotes.
A arara azul pode ser encontrada também, com freqüência, nos galhos secos das árvores do Pantanal, palmeiras ou no chão, em campos e currais, se alimentando.
No Pantanal, 90% dos ninhos de araras azuis são encontrados num único tipo de árvore, o manduvi. Por ter um cerne macio, são mais utilizadas pela espécie. Elas aumentam pequenas cavidades feitas por pica-paus, ou provocados pela quebra de galhos, ou mesmo iniciados por fungos e cupins para construir seu ninho. Terminado o trabalho, o que se vê é um buraco fundo e aconchegante, forrado com serragem que as araras arrancam da árvore. Mas como é difícil encontrar cavidades naturais e há uma grande disputa com outras espécies, o projeto Arara Azul desenvolveu e instalou ninhos artificiais. Os primeiros foram colocados em 1997, em algumas fazendas no Pantanal. Hoje já são mais de 170.
ALIMENTAÇÃO
A dieta da arara azul é bastante energética. A espécie se alimenta das castanhas retiradas de cocos de duas espécies de palmeira: acuri e bocaiúva.
No caso do acuri, ela aproveita aqueles caídos no chão, ruminados pelo gado ou por animais silvestres. O coco da bocaiúva é colhido e comido diretamente no cacho.
REPRODUÇÃO
As araras-azuis nascem frágeis e somente com três meses de vida se aventuram em seus primeiros vôos. Mas, mesmo sem retornar ao ninho, os filhotes permanecem nas proximidades e são alimentados pelos pais até os seis meses.
Apenas com sete anos de idade a arara azul começará sua própria família. Em média, a fêmea terá dois filhotes e passará a maior parte do tempo no ninho, cuidando da incubação dos ovos que têm o tamanho de um ovo de galinha. O macho se responsabilizará por alimenta. Passados aproximadamente 28 dias, o ovo eclodirá.
Os filhotes ganham peso e tamanho rapidamente. Mas correm risco de vida até completarem 45 dias. Eles não conseguem se defender de baratas, formigas ou outras aves que invadem o ninho, como tucanos e gaviões. É comum os filhotes competirem por comida e o que nasceu primeiro, por estar maior, ganha a disputa. Com isso, na maioria dos casais, só um filhote sobrevive.
Na época de incubação, também há interferência da natureza. Nesse período, 40% dos ovos são predados por gralhas e tucanos, entre outras aves, ou por algumas espécies de mamíferos, como o quati.
AMEAÇAS
Segundo estimativas da rede TRAFFIC - organização internacional parceira do WWF que monitora o comércio mundial de animais e plantas silvestres - aproximadamente 800 mil psitacídeos são vendidos ilegalmente por ano no mercado mundial. A estimativa do WWF é a de que o comércio ilícito de animais e plantas chegue a faturar US$ 10 bilhões por ano.
Além da arara azul grande, vale destacar outro tipo de arara azul encontrada no Brasil: a arara azul de lear (Anodorhynchus lear), originária da Bahia, também em situação crítica. Há anos a espécie vem sendo dizimada pelos traficantes de animais silvestres que lucram com a venda de ovos, filhotes e de aves adultas para colecionadores.
A fêmea pode botar até dois ovos de uma vez, mas provavelmente só um deles vingará. Após o nascimento, as araras azuis permanecem cerca de 3 meses sob a tutela dos pais no ninho, para depois se aventurarem no primeiro vôo. Quando completam 1 ano e meio de vida, se separam dos pais arriscando-se em revoadas mais longas sobre a mata.
Não é possível quantificar o número de araras azuis existentes no Brasil atualmente. Sabe-se que não há mais a abundância de outrora. O Pantanal mato-grossense é o local onde as araras azuis ainda são encontradas com maior freqüência.
A depreciação do meio ambiente em que vive, desencadeou seu processo de extinção. O comércio ilegal de aves, promovido pela facilidade de captura, dada sua personalidade dócil, agravou ainda mais sua situação. Hoje, a arara azul faz parte da lista oficial de animais em extinção do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis - IBAMA.
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